quinta-feira, 23 de julho de 2015

O Contraste







O Contraste

Sou oposição e harmonização.
Sou conflito e conversação.
Sou o preto conversando com o branco
Sou o cinza de mãos dadas com o vermelho
Sou o azul abraçando o amarelo
Sou a luz conspirando com a sombra.
Sou a mulher e o homem.
Sou o homem e a mulher
Sou a riqueza lado a lado com a pobreza.
Sou a fartura aprendendo com a miséria.
Sou a música ecoando no silêncio.
Sou a alegria suavizando a tristeza.
Sou o antigo convivendo com o novo
Sou as linhas retas entre as linhas curvas.
Sou a água diante do vinho.
Sou a liberdade oprimindo a opressão.
Sou o conflito de todos os opostos
Sou a conversação de todos os opostos
Sou a pacificação de todos os conflitos.
Sou o Contraste.


Texto e Foto by Constantino César

O Trem





O Trem

Na curva do rio eu apito forte.
Estou chegando!
As Crianças correm para me ver
Os Adultos vasculham suas lembranças.
Também sou “Encontros e despedidas ”.
Muitos esperam o que estou trazendo.
Muitos esperam que os leve para uma nova vida.
Transporto riquezas e tristezas.
Corro entre montanhas e vales.
Atravesso rios e túneis.
Vou pelos trilhos, sertão a fora.
Sou símbolo de uma época.
Sou romantismo e paixão.
Sou o sonho de criança.
Sou pura emoção.
Sou o trem que está chegando
Sou o trem que está partindo.
Sou o trem que percorre os trilhos da sua emoção.


Texto e Foto by Constantino César

O Relógio da Torre






O Relógio da Torre.

Do alto da torre eu vejo a cidade.
Todos os dias a cidade me olha.
Vejo o Leiteiro com sua carroça
Vejo a Beata apressada
Vejo as Fofoqueiras nas janelas.
Vejo Seu João fumando sei cachimbo.
Vejo a Professorinha com todo seu charme.
Vejo o Chico apaixonado, espiando a Rosinha.
Vejo Meninos e Meninas brincando na mais pura inocência.
Vejo o Padre e o Pastor conversando na esquina.
Veja o Soldado fazendo sua ronda diária.
Vejo a Benzedeira no seu sagrado ofício.
Vejo as Vacas pastando no campo.
Vejo os Namorados se beijando na praça.
Vejo a cidadezinha passando o tempo.
Vejo o tempo passar e as pessoas não percebem.
Elas não correm, como nas grandes cidades.
Elas não morrem todos os dias, como quem vive na capital.
Elas não são escravas do tempo
Eu não sou dono de suas vidas.
Sou o Relógio da Torre, que marca as horas.
Não as horas que elas perdem
Mas sim as horas que ganham todos os dias.
Na cidadezinha o tempo não passa.
O Tempo é só um detalhe.
O Tempo assiste a vida acontecer.

Texto e Foto by Constantino César