O
Relógio da Torre.
Do
alto da torre eu vejo a cidade.
Todos
os dias a cidade me olha.
Vejo
o Leiteiro com sua carroça
Vejo
a Beata apressada
Vejo
as Fofoqueiras nas janelas.
Vejo
Seu João fumando sei cachimbo.
Vejo
a Professorinha com todo seu charme.
Vejo
o Chico apaixonado, espiando a Rosinha.
Vejo
Meninos e Meninas brincando na mais pura inocência.
Vejo
o Padre e o Pastor conversando na esquina.
Veja
o Soldado fazendo sua ronda diária.
Vejo
a Benzedeira no seu sagrado ofício.
Vejo
as Vacas pastando no campo.
Vejo
os Namorados se beijando na praça.
Vejo
a cidadezinha passando o tempo.
Vejo
o tempo passar e as pessoas não percebem.
Elas
não correm, como nas grandes cidades.
Elas
não morrem todos os dias, como quem vive na capital.
Elas
não são escravas do tempo
Eu
não sou dono de suas vidas.
Sou
o Relógio da Torre, que marca as horas.
Não
as horas que elas perdem
Mas
sim as horas que ganham todos os dias.
Na
cidadezinha o tempo não passa.
O Tempo é só um detalhe.
O
Tempo assiste a vida acontecer.
Texto
e Foto by Constantino César
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